Academia do Museu

Apresentação do curso

O papel, o desenvolvimento e a gestão dos museus modificaram-se enormemente nas últimas décadas. As instituições museais centram-se cada vez mais nos visitantes; no papel lúdico e educativo que desempenham; na transformação dos seus espaços em locais de acolhimento cultural e social.

O debate da Nova Museologia trouxe consigo a mudança de paradigma, de tal forma que podemos esperar destas organizações museológicas uma visão mais pragmática, que valoriza a comunidade onde está inserida e que se disponibiliza a satisfazer as suas necessidades e interesses, usando para isso as colecções.

A profissão museal, enquadrada nesta ideia de "museu integral" adapta-se às novas exigências e torna-se, necessariamente, numa profissão cada vez mais interdisciplinar e abrangente, que une o património cultural com o desenvolvimento de colecções e com o serviço comunitário.

Muitos textos foram elaborados desde a década de 50 - pela UNESCO, ICOM, ICOMOS e Conselho da Europa - com o objectivo de alcançar e encorajar estes aspectos, sempre numa óptica de envolvimento e numa percepção integrada da relação do museu com as realidades sociais, políticas e económicas onde está inserido.

Alguns marcos históricos de referência que impulsionaram esta transformação podem ser destacados:

1972 – Mesa-Redonda sobre o Desenvolvimento e o Papel dos Museus no Mundo Contemporâneo, realizada em Santiago do Chile (do ICOM) – Na qual se vai conceber o conceito de "museu integral". O seu principal objectivo será o desenvolvimento comunitário e a preservação dos artefactos materiais do passado passarão para um segundo plano;

1984 - Declaração de Quebeque – Um dos documentos mais importantes da museologia contemporânea, pelo facto de legitimar a denominada corrente da "nova museologia", e cujo foco ou centralidade deixa de ser o objecto museológico, que era o centro da «Velha Museologia» (adoptado pelo I Atelier Internacional Ecomuseus/Movimento que cria o conceito da Nova Museologia).

Esta mudança de visão em direcção a um museu inclusivo dá relevo à dimensão da museologia no séc. XX e à necessidade de formação especializada destes profissionais no séc. XXI.

Neste sentido, e seguindo os propósitos da UNESCO no que concerne à necessidade de oferta formativa relacionada com Educação e Formação em Património Cultural, a Academia do Museu tem em oferta o Curso de Especialização em Património Cultural e Museologia.

Este curso de Formação Profissional vem no sentido de:

• - promover os interesses da museologia e de outras disciplinas relacionadas com a gestão e as actividades dos museus;

• - promover a formação no campo da aplicação da Convenção do Património Mundial;

• - promover a formação no domínio da cultura material e imaterial, protecção, conservação e valorização do património e incentivar a investigação científica nestas áreas.

Porque o Património Cultural só é valorizado quando é estudado, quando é conhecido e quando é dado a conhecer.


  Definição de Museu:

A definição actual de museu - que demorou o seu tempo até atingir um consenso - segue uma linha de estrutura muito diferente à definida pelo ICOM em 2001:

_{Texto de apresentação do curso - créditos copyright: C. P. Fournier, 2023}

Perfil – Competências

Conservador de Museus | Técnico de Museologia e Gestão Cultural

• O museólogo e técnico de museografia trabalha em museus, em jardins botânicos e zoológicos, galerias e centros de arte, monumentos e palácios, planetários, zonas arqueológicas, reservas florestais – biosfera, geoparques, etc.;
• Organiza, adquire, avalia e conserva no museu-instituição, colecções de obras de arte, objectos e artefactos de carácter histórico, científico, técnico ou outros, orienta ou realiza trabalhos de investigação nesses domínios e coordena a actividade dos vários departamentos;
• Define a política de aquisição, cataloga, classifica e expõe o acervo do museu;
• Está apto a executar tarefas de incorporação, inventário e documentação de bens culturais;
  
• Divulga as colecções, nomeadamente, através de exposições ou na elaboração de catálogos;
• Participa na elaboração de legendas e textos adequados ao público-alvo da exposição (discurso expositivo);
• Acompanha o trabalho desenvolvido e estuda novos métodos e técnicas de preparação e exposição das obras;
• Planeia e organiza exposições, utilizando conhecimentos de pedagogia e comunicação;
• Nas funções de técnico educativo planeia e assegura o funcionamento do Serviço Educativo do Museu; projecta, organiza e executa as actividades pedagógicas e visitas orientadas; acompanha e/ou desenvolve outras iniciativas de programação cultural; divulga a programação de actividades junto de públicos interessados, em especial as escolas;
  
• Organiza o intercâmbio do museu com a comunidade, com outras instituições congéneres e com particulares;
• Assegura tarefas de gestão e divulgação do património cultural e natural, por forma a satisfazer diferentes necessidades de utilizadores dos espaços culturais;
  
• Desenvolve trabalhos que implicam a inventariação, estudo, conservação, interpretação e divulgação de testemunhos culturais.
• Faz inspecções periódicas permanentes ao acervo com o objectivo de detectar possíveis deteriorações, garantido a sua correcta preservação;
• Aplica medidas de preservação e conservação preventiva das peças e garante o encaminhamento e procedimentos necessários daquelas que necessitem de intervenção (conservação/restauro).

PROGRAMA CURRICULAR - disciplinas do curso de especialização:

Key-words: Cultural Heritage and Museology